Os anos não lhe tiraram nem um resquício de sua humanidade, por maior que fosse sua matança.
Rodopiava na ponta dos pés, sentindo o calor das chamas vindas da fogueira.
Assistia exaltado a fumaça se erguer aos céus. Aquela visão apinhada de estrelas, tão lindas elas, e tão mentirosas.
Sabia que não via verdade nos céu, via o passado, as ilusões daqueles astros, que outrora foram deuses para já passadas civilizações. Qual não teria sido a tragédia se esses povos soubessem da verdade, ou seria ele então, um tolo que não desconfiava do que aquele passado poderia ensinar.
"Quê que eu sei?"
Mas a dança continuava, o maldito esbanjando-se nas peles e nos cheiros daqueles que faziam tal música, tão maldita quanto ele próprio.
A fumaça conduzia tudo ao infinito dessas estrelas, que sorriam da infelicidade daqueles que se enganavam em vãs filosofias sobre a vida, ou mesmo a morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário