Cansada, levantei os olhos, deparando-me com a cena que talvez tenha feito meu dia:
Cotovelos na mesa, uma mão apoiando a cabeça. O cabelo liso e comprido teimando em cair em seu rosto, que ela tirava sem perder a concentração. Os olhos dela liam as páginas do livro como um scanner. Os óculos na ponta do nariz lhe davam um ar ainda mais encantador.
Achei uma graça a pequena ruga entre os olhos, que tentava em vão adicionar seriedade ao seu semblante.
Eu queria lembrar que ela estava lendo sua tese e outros ensaios sobre a cura do câncer, lembrar do impacto de suas descobertas para o mundo, mas a única coisa que me importava naquele segundo era como ela segurava sua xícara de vanilla latte e a assoprava sem tirar os olhos das páginas infinitas a sua frente.
Era inverno na França.
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