O calor das roupas de lã conseguiam encoraja-la a sair pelas grandes janelas de vidro da sacada. E mesmo que não fosse esse pálido calor, a aquarela de cores que era o nascer do sol, conseguia fazer algo no peito que supria qualquer necessidade fisiológica, uma beleza que conseguia balançar qualquer olhar.
Enrrolada com um cachecol arco-iris, ela observa o nascer do sol, são 5:30 e passarinhos bricam de verão por toda parte.
As mãos seguram uma chícara deliciosa, com um vapor doce sabor morango que aquece até a alma. Fechar os olhos e respirar fundo era quase uma poesia, o cheiro dos cedros, de lavanda.. até a luz do sol parecia vir confundir os sentidos.
A música era delicada, piano, violoncelo junto de uma voz rouca que parecia cantar com tristeza essa beleza sufocante. Um pequeno pedaço de um momento impossível de se fazer repetir, aquelas sensações que nos vêm a memória com uma ponta de tristeza por décadas.
Vancouver, Dezembro de 2020.
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