11 de dezembro de 2009

Declaração Maior

Sabe quando você assiste um filme elegante e triste.
Dolorido de tão romântico. Estonteantemente lindo.
E sai da sessão com aquele clima de que tudo ao seu redor faz parte daquelas cenas
e você quase consegue ouvir a trilha sonora?

Eu conheço alguém que sempre faz esse brilho acontecer quando conversamos.
Ele é uma inspiração, um amigo, um fazedor de desejos.

E não sabe ler elogios. O que é muito fofo.

Queria que ele soubesse disso.

9 de dezembro de 2009

Noite de Música

Vieram as primeiras notas,
brincadeiras e risadas.
Lembrando de melodias passadas,
Em via de se divertir.

Ficaram-se os cheiros
a dormência nos dedos,
ardência nos olhos,
e um olhar zombeteiro.

6 de dezembro de 2009

E vou embora

Hoje não trago versos bonitos pra ti,
não espere fantasias, inspirações, sensibilidade...

Tudo aquilo que trago aos montes,
todas as vezes que venho aqui.

Não espere afagos, carinhos, sorrisos e bondade.
Não quero teu bem. Não foi pra isso que vim.

Pareço querer algo mais?
Não, eu não quero.

Eu vim te olhar, te apreciar,
depois vou embora.

Uma hora eu vou te deixar.
Não apóie-se em mim.

E não me olhe assim.
Eu te avisei,

Nem que fosse enfim.

Espaço

Verdade que preciso de espaço
Porque não tem mais nem um passo
de espaço dentro do que passo
ao passo de que preciso de algo.

4 de dezembro de 2009

Enfim

E é assim.
Enfim.
É assim.
Se sim.
É esse o fim.
Enfim.
E foi pra mim.
E foi pra ti.
E somos assim.
Decidimos enfim
que esse é o fim,
para um novo começar.

Estou suando.
Estás sentado.
Descansando.
Encantados.

Um final feliz, no fim, enfim.

Flash

Sim, será à meia-luz.
De forma que, a pouca luz que existe,
deslize pelos ombros.
Que dê volume a colos, braços e bocas.

Uma fotografia perfeita
de linhas, curvas e texturas.
Vamos, de respiração leve,
olhos silenciosos,
expressão lasciva!

O feixe de luz brilhante.
A captura.

Não, ainda não está certo.
Num balanço de cabelos,
cachos lhe caem nos olhos.
Ombros contraídos.
E novamente a rigidez.

E mais um flash.
Olhe para o lado, procure algo,
mostre o que pensa...
Sua boca, vamos, deseje!

Flash...

Mais duas taças de vinho,
Relaxe.
Me olhe e me deseje...
Foco!

Flash...

Irrite-se! Insinue-se!
Rasgue!

Flash...

Caia, implore, enrole-se.

Flash...

Apoie-se na mão...
Encoste a boca no ombro...
Me olhe!
Triste...

Flash... Flash... Flash...

Descompasso

E você está dormindo.
Eu estou correndo.

Tento achar problemas mais fáceis para atribuir à esse descompasso.
Como que achando formas de resolver uma problema solucionando outros.
Mas o caso é que, problemas não envelhecem e morrem. Nós sim.

A aparente felicidade é uma apenas aparente.
E a tempestade continua.

E faça-se a chuva.
E limpe o que precisar.