22 de dezembro de 2011

Golden

"You met me at a very strange time of my life"
Words are meaningless when it comes to explain,
There was directions I didn't think I could change.
And suddenly anything else made sense.
You happened. In that instant... I knew.


19 de novembro de 2011

Sapecabeca

Ela tinha aquele acento sapeca, tipo difícil de segurar, não era matéria.
Meu sorriso bobo visto de longe sabia: era passageira a sensação de perfeição.
Mas nunca me fez tão mal não esperar por algo que não iria ser, no final, o que eu achava poder.
Porque no fim, românticos idealizam, e depois a realidade, et rien d'autre.

6 de novembro de 2011

Possibilidades

Me pego em uma lembrança que não existe, em algum lugar entre o futuro e a possibilidade.
Em uma cama grande, ao lado de uma janela, luz branca do nublado, vento salgado e úmido pelo quarto.
Vento da tarde e arrepio, um pouco de frio. Eu sei que eu rio, baixo.
Virando o rosto pra olhar, um sorriso particularmente peculiar de alguém que brinca de brincar.
As pontas dos dedos procuram outras pontas soltas pelo branco desse tear
de sonhos e possibilidade e futuros e nada mais.
Me pego em uma lembrança que não existe, em algum sorriso, algum quarto em qualquer lugar.

26 de outubro de 2011

Les sauvages


Ela não existia, mas insistia estar ali. 
Como que zombando da realidade, fez pouco caso da verdade.
Deixou-se embriagar pela poesia, aquela mulher. 
Depois que foi embora levou junto a  fantasia. 
E o dia nasceu, sozinho, e esperançoso. 
Mas nunca tão sedutor quando a senhorita. 

Arquitetas

Construímos experiências, pontes imaginárias, que ligam mundos que ainda não existem.
Sentimos dentro do peito um lugar, um gosto, que ainda não se permitiu concretizar.
Somos feito arquitetas imaginando linhas de código como artistas compondo uma obra.
Somos nada, um nada otimista, apostando na vida, imaginando se ela se dobra.
— Mtrx

13 de outubro de 2011

Codenome Laurent


Para as moças passando pela praia, ele era apenas um rapaz novo, bonito e de jeito charmoso de olhar. Um desses tipos "cools", sentado sozinho, em uma mesa com toalha branca no deck de um bistrot rústico a beira mar. Verdade que ele se sentia exatamente isso: um estrangeiro em uma terra fantasiosa, muito mais quente que a França e com mulheres ainda mais bonitas.

Naquele dia completava seis meses desde que começara a viagem pela América do Sul e a garrafa de vinho, que ele vinha guardando pra levar de "souvenir" e tomar em uma "ocasião especial", fazia muito mais sentido ser aberta ali mesmo, naquela mesa de um bistrot qualquer de uma praia em algum lugar do Brasil.

Parecia que estava comemorando silenciosamente todas as pessoas, lugares, mulheres e bebidas que tinha tido pelo caminho. Cada aspecto de si que veio à tona em um lugar tão estranho e inusitado. Enquanto girava o copo e via o reflexo do sol no líquido roxo-avermelhado, quase conseguia sentir o cheiro de casa novamente e isso fez com que toda aquela imagem ao seu redor virasse um lembrança guardada em uma garrafa de vinho, e a rolha, uma passagem de avião.

Levaria um pouco dessa essência consigo, embora sendo prático, tudo acabaria logo e "todos" saberiam que ele estava voltando, no momento que pisasse no saguão do aeroporto. E esse pensamento conseguiu fazê-lo suspirar cansado ao relembrar que teria de fazer tudo de novo e reafirmar seu lugar. Seis meses talvez fossem pouco para colocar os planos em prática, mas a memória das pessoas era muito curta parar se arriscar, principalmente de tipos como aqueles: violentos e infantis.


"Sua conta, senhor"
"Obrigada"

6 de outubro de 2011

Cereja

bits e pequenos estímulos,
viagens longas e sorrisos solitário.
reflexos em janelas de ônibus,
certo inesperado.

contrariando tudo que eu esperava,
alguns fios foram cortados.
contrariando tudo que eu pensava,
valeu a pena senhores, valeu a pena.

25 de setembro de 2011

Delicadezas

De delicadeza em delicadeza, essas ondas franco-germânicas agitaram certas possibilidades subestimadas.
O que talvez tenha começado por acidente, de um jeito improvável e atropelado, pode ter encontrado seus próprios caminhos.
Por mais controverso.

19 de setembro de 2011

Umas verdades

A verdade que você não ouve quando é criança é que a vida é dura.
Mas com o tempo você não chora mais.
O futuro é incerto, o começo do mês dolorido e poucas são as coisas que você pode controlar.
Mas a vida, ainda dura, consegue te dar um tapinha nas costas e sorrir,
te olhando como olha a mãe da gente quando diz:
"Vai em frente filhão, o pior já passou"

14 de setembro de 2011

Impulssividade e outras drogas.

Verdade que existem vezes que eu gostaria de ser um homem.
Gostaria de ter a elegância ou solidez de certos que conheço.
Tenho em mim certa tempestate constante que não me deixa fixar raízes.
Me vejo envolta em paixões inebriantes, defeitos de caráter e impusslvidades,
que de muitas formas sufocam aquilo que considero ser o ideal.

Aprendi há algum tempo que esse "ideal" é utópico e ilusório,
faz parte de algo que chamamos identidade do sujeito na Antropologia.
E mesmo esse "homem" que gostaria de ser não se veria de forma tão altiva.
Mas essa confortável ilusão me deixa apenas a possibilidade de,
já que não posso/consigo ser esse ser, que eu pertença a ele.
Assim de alguma forma me sentirei segura.

... Ah! Queria que fosse tão simples ser sensata assim.

18 de agosto de 2011

Vanilla Latte

Eu me pegava sentada folheando páginas de um livro de ilustração qualquer. Naquela sala pequena, com luz amarelada e móveis de madeira, o aroma do café era quase uma decoração.

Cansada, levantei os olhos, deparando-me com a cena que talvez tenha feito meu dia:
Cotovelos na mesa, uma mão apoiando a cabeça. O cabelo liso e comprido teimando em cair em seu rosto, que ela tirava sem perder a concentração. Os olhos dela liam as páginas do livro como um scanner. Os óculos na ponta do nariz lhe davam um ar ainda mais encantador.
Achei uma graça a pequena ruga entre os olhos, que tentava em vão adicionar seriedade ao seu semblante.

Eu queria lembrar que ela estava lendo sua tese e outros ensaios sobre a cura do câncer, lembrar do impacto de suas descobertas para o mundo, mas a única coisa que me importava naquele segundo era como ela segurava sua xícara de vanilla latte e a assoprava sem tirar os olhos das páginas infinitas a sua frente.

Era inverno na França.





...

17 de agosto de 2011

Oriente de livros

Ela vive de livros, talvez mais que de qualquer coisa.
Vagueia em seus mundos e dialoga com suas margens.
Perde-se abaixo da superfície do homem, encantando-se com o fantástico.

Aos meus olhos ela parece uma jovem viajante
construindo um diário de bordo de palavras em movimento.
Há uma grande distância de onde eu a observo e onde ela se encontra.
Mas há certas sutilezas no que manifesta que desperta o interesse desse meu estudo.
Parece-me que a superfície dela dá certas pista de águas densas além...

Intrigante.

15 de agosto de 2011

For Ever

Nenhuma outra voz foi tão tenra em meus ouvidos.
Nenhuma outra mão me tocou com tamanha suavidade.
O respeito exagerado, as palavras que nunca existiram, o olhar carinhoso.
És algo entre o assustador e confortante pois te tenho medo e amor.

Forte como és, presente como sempre, tomas algo dentro pra ti, e fica de ti impregnado. Te amo.

Um tal amor que não me existe mais e nunca sobreviverá pra ver algo igual.
Porque sobre ti não há pensamento mudano, existe o que tu és e apenas.
Arrepia-me a pele, cada centímetro dela, de pensar que exista algo a mais que o que já existe.
Mas não há.

Mesmo com a maior certeza que nunca acontecerá, existe um medo, um temor de que a figura que existe na minha cabeça se quebre.
Medo esse, de um sonho ou um pesadelo, qualquer pensamento, que aterroriza-me.
Mas não há e nunca existirá amor maior que esse que sentes por mim.

8 de agosto de 2011

Francesa Alemã

Em trejeitos franceses, fios-ondas cor d'âmbar e olhos cor d'água.
Delicada e sutil, ao redor de palavras bem-entendidas e translúcidas.

Sorriu boba e perspicaz. Fez músicas lembrarem de si aos meus ouvidos.
Se fez distante e proibida, um certo fruto conhecido, então eu aqui perdida...

Pois ela se divide entre amores, entre danças coloridas.
Valsa com esperança de talvez ser acolhida.

21 de julho de 2011

"There is so many shades of black" — The Raconteurs

18 de julho de 2011

Dizes Mais

Quando o violão começa, o ritmo-ginga e aquela voz lânguida, com seus certos tons, sua assinatura soam... me pego gostando de tudo e juro não é só da música.
Inclusive, por vezes, não é da música que estou gostando. Existe um certo mais do mesmo no meio (por mais heresia que isso pareça aos fãs aficionado)de tudo que simplesmente atesta um mesmo gosto. Aquilo que já dá certo.
Mas em algum lugar, lá no meio, entre essas notas e jogos de palavras um quê de quem me fez apaixonar por Chico. Que me mostrou a genialidade, apaixonadamente engrandeceu tanto a obra que me vi sugada por tudo que parecia ser seu também.
Muitas mais vezes eu gostaria de agradecer por tantas outras coisas que você me fez apaixonar. E hoje é uma dessas vezes.

:)

11 de julho de 2011

Eternos Melhores Amigos

Nunca pensei que uma frase tão vulgar quanto um "que se foda!" podesse me dar arrepios na espinha de felicidade. Verdade que eu planejava, mas sem esperança de sucesso, como uma brincadeira de criança, como sempre fazemos tudo parecer.
Mas então depois de algum tempo tudo é sorriso e dançamos.. dançamos muito!
Como se fosse a primeira vez. E o melhor foi ver que você gostou e entendeu.
Depois de conversas que nunca imaginei tendo contigo, me fiz mais leve que tudo...
Que seja sempre assim, feliz. Eu seguro sua mão, você segura a minha e que venha o resto, não é?

9 de maio de 2011

Índole

Na segunda etapa um tapa,
ela ainda não aprendeu a ser gente,
de repente vai que aprende,
a gente segue em frente,
e você pode ficar bem.

Porque ela ainda não fez certo,
o meio errado ainda existe,
e o medo persiste onde nem deveria haver.

5 de maio de 2011

Dia nublado

Meu bem, fica aqui, só mais um pouco assim, abraçada em mim.
Não, não te vai já, que vai chover já já e um pecado é você tremer longe de mim.

Continua assim, com teu ventre à vista, de canto de olho assista ou te entrega enebriada,
Te dou mais meia hora, então nao vá embora, que eu te tenho mais alguns pecados.
Mas não vai agora, que lá fora chora, o cinza de um dia nublado.

Enfim, meu bem, fica aqui, por mim.

Amor-Teatro

Nós que escrevemos, que de veras, nos expomos tanto, tão pouco recebemos em retorno.
Nós que dissecamos o lado direito, a cada frase um sonho desfeito, que seja feita alguma vontade.
As vezes nós que, de alguma forma, tentamos chegar as margens de algum peito alheio, percebemos entre os nossos que existe o que nos move tão perto.
A surpresa é o primeiro passo, o acaso um belo espaço entre o ordinário e o impossível de imaginar.
Surge uma certa admiração, narciso–autêntica, pelo trabalho e pela beleza.
E as mesmas belas palavras de inspiração para outras palavras, tornam-se quase tapas em face da distração.
Como não ter percebido antes a existência de tamanha delicadeza?
Tais belas palavras, por fim, calam nossas próprias entrelinhas, com artimanhas tão nossas conhecidas que, em sua ironia, transpiram crueldade.
Um sentimento misto é a descoberta desse amor-teatro de poeta por outro poeta.

O grande infortúnio, dessa suposta união perfeita de rimas, é que:
não somos musas, não somos matéria–prima,
não para aqueles que nos causaram admirações.

Ainda somos os mesmo, somos parceiros e não contradições.

4 de maio de 2011

Morena branca etílica

É que ela provoca e invoca
o que há de melhor e pior.
Ela sabe quem é,
o que faz e se faz
de ré.

Mas inocente?
O mais crente
poderia dizer:
não, não há isso em você!

Lá vem o malandro

Felicidade e saudade!
Malandro apareceu aqui...
E vejam só! Veja que veio com bela companhia,
mania de surpreender.

Obrigado pela presença nessa mesa,
nascença de samba-situação,
porque afinal, que seria desse samba, sem você, meu bamba?

29 de abril de 2011

Sem saber

Semanas se passaram desde que você se foi.
Em algum lugar sobrou espaço no meu tempo, lacunas nos meus dias, embora minha pose fosse de quem não liga.

Semanas se foram ralo abaixo.
Eu feito capacho da tua saudade, me fiz meio triste, sorri meio torto e acumulei algo feito raiva dentro do peito.

Bem feito.

Semanas se passaram para eu perceber que sou um fracasso em não querer saber, que sempre, inevitavelmente eu vou ligar, voltar, subir, bater na tua porta pra ver no teu olhar o amor que não reside ali, mas que vou querer fazer criar, fazer crescer pra já, aquilo que um dia houve, que um dia estava lá.

Isso sem nem saber o porquê.
Afinal, não se engane, eu não amo você.

28 de abril de 2011

Bethânia entende.

Que maravilha, minha menina, maravilha tu dançando solta nesse meio de gente e som.
Que bonita, mais bonita, essa que és tu, que vai de cá pra lá rebolando na ponta do pé.
Perdoe a seda desfeita, mas como me calar e não reparar, és mais linda que tudo!
Mas não se importe, não me note, nem olhe pra mim. DANCE! Dance até se desfazer em teu sal.

Porque é bonita, é bonita e é bonita.

26 de abril de 2011

Roteiro

Uma musa, um chá, vapor, cafeteria, cachecol, casaco, vestido, boca vermelha, olhos delineados, grandes cílios espaçados, olhar desinteressado.

O disfarce

Carta, mesa e olhos marejados. Uma lágrima. Uma nota.
A dor, sofridão, vascilo dos lábios e respiração.
"Je t'aime moi non plus..."

Passos perdidos, abraços em si, frio, condensação, secas lágrimas, sorriso sôfrego, mais passos, pessoas alheias.

Mãos apertam, um papel se amassa... e um canto qualquer, de uma cidade qualquer, é bom lugar para se desfazer.

Maré

Ela escapa entre cachos
se vai feito maré,
pois volta noutra hora
como se essas outras horas
fossem dias novos quaisquer

(...)


E ela faz cinema, faz teatro
pouco caso, ao acaso
dos seus devaneios

Julga fácil sua audácia,
pois que faça sua graça
que de cachos se fazem teus "entre-meios"

E emaranho tuas curvas
ou será que são teus cachos
não me importa d'onde durmas
não me importa onde te acho...

24 de abril de 2011

Oposto

Então te vá porque tua presença me lembra tua ausência e me irrita!
Pois incitas o contrário de ti e a vontade é de te transformar em matéria
e miséria fazer-te enfim!

Bendito que infinito és maldito.
Amor de que, amor pra que, que não serve de nada quando tua estada não existe aqui.
Te fazes farpa momentânea de dor instantânea ao tocar teus dedos em bordas de mim.

18 de abril de 2011

Desapego

Desliga-se do mundo, sim
Eleva-te ao nada, onde assim
que houver algo que brilhe,
que brilhe até o fim.

Pois disse eu, que algo mais queria,
chorando e sorrindo disse eu que
algo assim seria o certo,
mas de certo quis "desdizer"
e não, e talvez.

Algo nostálgico tinha me pego,
Me fez em paz
Mas não mais que dias,
não se fez capaz, nostalgia.

Quem pensei ser ficou noutro lugar,
O que um dia foi, saudade apenas, luar..
Que se contempla sorrido, talvez um pesar,
Mas nada há de se dar.

Ainda que alguma coisa
houve de se mostrar,
Acho sim, que fiz certo
em não "desdizer" já

Um deslize quase errado
que se fez "despisar"
para continuar a dizer
o que deveria de ser,
que deve assim ficar.

27 de fevereiro de 2011

The Sailor and the Sand

original

If I say I want to sail you, it sounds so good
most fascinating waves you have
wind and water breaking the shores of you

deep as an ocean, with rare and desert beaches.
some sand, some life, some years of past and much to discover yet
what a delightful place to get lost you are.

You may find this hard to understand,
all my effort to put things this way, poetic and subjective
but to work with the words is the only way I know
to tell you how much I desire you.

I would be glad if at least you feel flattered
At the most, you could enjoy it…

but, well, I care to tell you this, and I do not care to not get this words back.
you are to be silent and I find it interesting, I guess.
you are my favorite puzzle to be always and never solve.


in brazil

Se eu disser que quero te navegar, o pensamento parece tão bom,
fascinantes são tuas ondas,
vento e água quebrando nas encostas de ti.

profunda como um oceano, com raras e desertas praias.
alguma areia, alguma vida, muito a se descobrir e alguns anos passados.
que lugar encantador para se perder, tu és.

Deves achar difícil de entender,
todo meu esforço em colocar tudo dessa forma, poético e subjetivo,
mas esse é o único modo que conheço, tabalhar com as palavras
para dizer o quanto te desejo.

Eu ficaria feliz se ao menos te sentires lisongeada,
e com muita sorte, você poderia realmente gostar.

Mas, bem, eu queria de te dizer isso, mesmo que
nunca receba as mesmas palavras em troca,
tu deves ser silenciosa e eu acho isso interessante, de certa forma.
És meu enigma favorito, para ser e nunca ser resolvido.

21 de fevereiro de 2011

Wild wolf


I want you to feel it all
everything the world can offer
I want you to loose yourself

I would bite you hard and keep you
but what good could it bring?
I’m still starving of you,
but I truly want you to be… Wild!

8 de fevereiro de 2011

Curvas-Luvas

a falta de ti tem forma, tem cheiro e tem gosto.
tem curvas como luvas pras minhas mãos.
tem sardas, suspiros e coisas mais.

como te explicar, que se sou de algum modo submissa,
a premissa é vinda de ti, pois ali, onde nada de fora atrapalha,
tu, feito navalha, me corta quando encosta qualquer parte de ti.

e quando alguma luz invade janelas, até aquelas mesmas
curvas-luvas que agora repousam, contigo calada, deitada…

me diz como não perder o sono te olhando dormir?
me diz como não ficar perdida, menina, contida no teu tocar?

pois bem,
a falta de ti
tem forma,
tem cheiro
e tem gosto.

7 de fevereiro de 2011

Olhos rasgados

Que adianta garota?
Tu sambas, te passa, perpassa por mim, 'sapuca' do rio

Eu rio, sorrio e te digo:
te trago pra perto, de certo que quero, tão logo trazer.

Mas lá dentro,
não quero e espero que nem tu queiras tanto um dia ficar

És linda, divina, menina,
mas espia tua rima não tem meu gingar.

23 de janeiro de 2011

Kind of you

So, I have done.
I’ve broken the pattern.

I feel.. odd.
But I feel stronger.

21 de janeiro de 2011

Eu quero morrer, que bom!

A verdade é que o que eu vou dizer é precipitado, impulssivo mas apaixonado:
Eu quero morrer!

Mas não digo suicídio.
Não, não findei esperanças,
não me vejo em trevas, becos sem saídas.
Caída no chão, não.

Anseio apenas pelo fim da vida,
Vivida como é hoje, se finda em nada.
Quero um novo capítulo, princípio de algo.
Incerteza de feita que não posso esperar.
Quiçá derrubar muros de Berlim.

Enfim, ao fim urros de excitação, prazer, paixão... queimar até o fim.
e então, chegar há algum lugar, se sentir satisfeito com alguma sensação de
"eu morri e voltei pra tentar"

Areia faz Vidros

geralmente não é grande problema
quando vejo cacos de vidro velho pelo chão
eu dou risada deles, sei que machucam ainda, mas por que ligar?
não se vai pisar neles novamente, certo?

mas o caminhar é incerto, as vezes o chão muda de lugar
você acha que está desviando e quando toca o chão, descalço,
você se machuca sem esperar, não sabe porque pisou ali,
não sabe como, aquilo que esteve do outro lado da sala,
por mágica, apareceu ali.

E dói um bocado, sangra e logo estanca e apenas lateja,
você acende um cigarro, chora o que precisa chorar e sorri.
se pergunta uma ou duas vezes por que, presume que é sua culpa,
afinal, você devia ter prestado mais atenção.

bate a mão no colo, tira a poeira e caminha novamente
pensando que, vai valer a pena no final, vai valer a pena
embora seus passos sejam incertos…

você sabe.. que receberia um abraço, afinal.

20 de janeiro de 2011

Soft Touches

It’s so gentle, the gesture, the poses..
the way the smoke comes out of your mouth.
Your moves are extremely slow

Looks like I’m watching some sort of movie
where you can’t miss a second, everything is pure poetry
C’est superbe!

You’re so far from being french, italian, english
althought, I see some of this kind of winter’s charm on you
Scarfs and coats fits you well, so elegant yet so hipster

17 de janeiro de 2011

Isn't all about sex

Sardas constelares por en'costas brancas.
O contorno do rosto por toques na meia luz.
Cheiro de pele, respiração.
As mesmas malícias.
E mil palavras engasgadas.

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I love the way I feel so calm,
although I can hardly wait.

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Eternal Sunshine

Let's get that train, and come back when it have been forgotten
Let's walk in the rain at the beach with smiles on the face.
Let's search an empty summer house.. and find what's nice about each other.
I'll certainly hold your hand, and I may be shy.
You'll certainly make some joke about my face just to pretend you're ok.
We may kiss ... We may kisss.
We may say goodbye before the dawn... and hold this little pain inside
In secret, protected. We may love this in silence.. each other in silence.

15 de janeiro de 2011

Quote

"You can get no inspiration if you don’t dare to try something new"
— Morgana D'Almeida

14 de janeiro de 2011

Detalhes

Isso, que não é nada, é assim porque um dia foi de outra forma.
E agora, nesse momento não passa de um vislumbre, uma nostalgia incorporada
que tomou forma, que se fez palpável.

Mas não deixo de querer acreditar ser algo, uma chance... no mínimo uma opção.
E isso mexe um bocado e dói um pouco, assim como também é bom, melhor do que a inércia.

Talvez seja essa falta de segurança, a falta de certeza.
Talvez seja também porque é paixão.
E diabos, eu não sei viver nada em doses homeopáticas.
Sempre arde mais do que deveria.

Mas até então é bom.
E até hoje foi bom.
E afinal, estamos vivendo o agora, não?

É difícil apenas observar e sorrir quando se está tão perto.

6 de janeiro de 2011

Ensaio

Não é tão fácil quando acreditamos se tratar
de algo, supostamente, maior que o corpo.


Note, acontece sempre quando parado.
Um cheiro volta, como uma nova lembrança esquecida, parecendo uma pena, acaricia o peito, entorna o pescoço, sobe os cabelos, arrepia cada centímetro conhecido de pele.

A respiração é algo tão interessante no silêncio. O subir e descer do peito, o repouso dos olhos, os contornos agudos do rosto, tudo se move na mais delicada calma. São horas que se passam em minutos.

Um movimento imperceptível vira um barulho estrondoso entre os lençóis. Mudar a posição de uma mão, de um dedo se torna uma expectativa. Aguçam-se os sentidos, faz-se escutar mais, sentir mais e em algum momento duas respirações fundem-se... é supremo.

E para que o corpo seja protagonista de algo maior que ele, não se pode tomá-lo como fim. Ele é o meio e entre seus meios alcançam-se sentidos indescritíveis. Ainda assim, não são as curvas, não são as sardas, não é o jeito como o cabelo cai, nem o cheiro da pele. São os sentidos, que vem do corpo e o transcendem. São impulsos nervosos, pulsação, sangue, calor e suor.

São do corpo para o corpo ludibriando o corpo.
É o que somos, embora nos olhemos de fora dele.
É sempre o corpo.