18 de agosto de 2011

Vanilla Latte

Eu me pegava sentada folheando páginas de um livro de ilustração qualquer. Naquela sala pequena, com luz amarelada e móveis de madeira, o aroma do café era quase uma decoração.

Cansada, levantei os olhos, deparando-me com a cena que talvez tenha feito meu dia:
Cotovelos na mesa, uma mão apoiando a cabeça. O cabelo liso e comprido teimando em cair em seu rosto, que ela tirava sem perder a concentração. Os olhos dela liam as páginas do livro como um scanner. Os óculos na ponta do nariz lhe davam um ar ainda mais encantador.
Achei uma graça a pequena ruga entre os olhos, que tentava em vão adicionar seriedade ao seu semblante.

Eu queria lembrar que ela estava lendo sua tese e outros ensaios sobre a cura do câncer, lembrar do impacto de suas descobertas para o mundo, mas a única coisa que me importava naquele segundo era como ela segurava sua xícara de vanilla latte e a assoprava sem tirar os olhos das páginas infinitas a sua frente.

Era inverno na França.





...

17 de agosto de 2011

Oriente de livros

Ela vive de livros, talvez mais que de qualquer coisa.
Vagueia em seus mundos e dialoga com suas margens.
Perde-se abaixo da superfície do homem, encantando-se com o fantástico.

Aos meus olhos ela parece uma jovem viajante
construindo um diário de bordo de palavras em movimento.
Há uma grande distância de onde eu a observo e onde ela se encontra.
Mas há certas sutilezas no que manifesta que desperta o interesse desse meu estudo.
Parece-me que a superfície dela dá certas pista de águas densas além...

Intrigante.

15 de agosto de 2011

For Ever

Nenhuma outra voz foi tão tenra em meus ouvidos.
Nenhuma outra mão me tocou com tamanha suavidade.
O respeito exagerado, as palavras que nunca existiram, o olhar carinhoso.
És algo entre o assustador e confortante pois te tenho medo e amor.

Forte como és, presente como sempre, tomas algo dentro pra ti, e fica de ti impregnado. Te amo.

Um tal amor que não me existe mais e nunca sobreviverá pra ver algo igual.
Porque sobre ti não há pensamento mudano, existe o que tu és e apenas.
Arrepia-me a pele, cada centímetro dela, de pensar que exista algo a mais que o que já existe.
Mas não há.

Mesmo com a maior certeza que nunca acontecerá, existe um medo, um temor de que a figura que existe na minha cabeça se quebre.
Medo esse, de um sonho ou um pesadelo, qualquer pensamento, que aterroriza-me.
Mas não há e nunca existirá amor maior que esse que sentes por mim.

8 de agosto de 2011

Francesa Alemã

Em trejeitos franceses, fios-ondas cor d'âmbar e olhos cor d'água.
Delicada e sutil, ao redor de palavras bem-entendidas e translúcidas.

Sorriu boba e perspicaz. Fez músicas lembrarem de si aos meus ouvidos.
Se fez distante e proibida, um certo fruto conhecido, então eu aqui perdida...

Pois ela se divide entre amores, entre danças coloridas.
Valsa com esperança de talvez ser acolhida.