2 de outubro de 2009

E agora josé (dois)

A vida passa moço, e não passa tão rápido assim
Você vai conseguir sentir todas as vezes que ela passar
ou vai fechar os olhos e vai sentar

Não entendo porque de tanta discussão
Tanta defesa pra continuar sua construção
que vai ficando as traças
que vai ficando sem graça
e vais ficando na praça
com um copo na mão

Porque você faz isso moço?
Sorri brincando,
Sonha acordado,
Só segue andando,
sem nada acabado.

Porque você briga
e depois se desliga
esquece da vida,
brincando de viver.

O que deixou pra trás,
o que você quer rapaz,
o que vai construir
quando não tiver onde ir?

Te amo rapaz,
mas fica em paz.
E não fica pra traz,
não faz assim rapaz.

21 de setembro de 2009

Ódio

Odeio tanto, com tanta força que sou capaz
de tirar a roupa e jogar na cama.
Odeio tanto que beijaria até perder a linha,
e até sozinha posso odiar e depois gozar.

É aquele ódio que mulher sente, que se resente
pra depois passar.
Aquele ódio que queima por dentro, que se confunde
e que se funde com o que não é odiar.

É tudo aquilo que você diz brincando,
que eu enrraiveço pensando,
que você está certo e que de certo
eu vou sentir.

Vem e tira isso de mim.
Vem e apaga isso enfim.

E vem, mas vêm de uma vez.

Faltou tua música

E como não podia de deixar de ser
esses amigos são pra essas coisas
te dar cascudos doídos,
escutar suas insanidades,
e te fazer lembrar porque te fazem chorar
na calçada do prédio, só pra fazer
você entender que eles te amam.

Como não podia deixar de ser,
morena.
Como não podia deixar de ser.

Você me faz pensar duas vezes, até hoje.
Mesmo que eu me dê licença pra opinar.

12 de agosto de 2009

Cantar é bom

Cantar te deixa saudades
Sussurrar palavras melosas
melodiosas, delícia de linha
sinuosa que não existe
e insiste em te amarrar.

Cantar é bom, é um som
tão bom, movimento
e tom que te faz sonhar.

Saudades, sim, saudades de ser assim.
Saudades até de mim, da nota, do tom carmim.

"Voltei a cantar, porque senti saudades".
Dá-me tuas notas e deixa eu te cantar?

2 de agosto de 2009

Sim, mas não!

Te suma, consuma!
mas em suma, não vá.
Que lá é lugar de nada pra ti
Mas aqui também ninguém
Nunca ficou.

Nem dentro, nem fora,
Mas agora ... te quero aqui.
E não quero também,
te quero aquém...

Mas eu quero pra mim.

28 de julho de 2009

Morena Branca

No meio da sala
perdida em gala
se fazia mulata
na ponta dos pés

Cadeira, vassoura
tudo que embala
pegava, brincava
chamava "vem"

Me chamou pra sentar.
Vestiu o penoar,
Se fez lascíva
descia, subia

Isabela, Gabriela, qualquer que fosse ela
que importa?

Ao redor da fumaça do cigarro acesso,
Sob a luz sem graça de um whiskey esqueço,
que ela.. Ah, que ela nem precisa "ser".

dança...
DANÇA!
Morena branca.

21 de julho de 2009

O Maldito

Aquele delicado maldito se encantava com os bandolins, com as músicas ciganas
Os anos não lhe tiraram nem um resquício de sua humanidade, por maior que fosse sua matança.
Rodopiava na ponta dos pés, sentindo o calor das chamas vindas da fogueira.
Assistia exaltado a fumaça se erguer aos céus. Aquela visão apinhada de estrelas, tão lindas elas, e tão mentirosas.

Sabia que não via verdade nos céu, via o passado, as ilusões daqueles astros, que outrora foram deuses para já passadas civilizações. Qual não teria sido a tragédia se esses povos soubessem da verdade, ou seria ele então, um tolo que não desconfiava do que aquele passado poderia ensinar.
"Quê que eu sei?"

Mas a dança continuava, o maldito esbanjando-se nas peles e nos cheiros daqueles que faziam tal música, tão maldita quanto ele próprio.
A fumaça conduzia tudo ao infinito dessas estrelas, que sorriam da infelicidade daqueles que se enganavam em vãs filosofias sobre a vida, ou mesmo a morte.